Nasceu no México, em San Miguel Neplanta, no ano de 1651. Foi Juana de Asbajey Ramirez de Santillana, filha de D. Manuel Asbaje, espanhol, e de Isabel Ramirez de Santillana, indígena. Foi uma criança precoce. Começou a fazer versos aos cinco anos. Aos doze, aprendeu latim em vinte aulas; e português, aprendeu sozinha. Falava a língua indígena "nauatle", dos "nauas", geralmente chamados de astecas.
Na Corte, o vice-rei de Espanha, o Marquês de Mancera, querendo fazer brilhar ainda mais sua Corte, tal como na tradição européia, convidou a menina - prodígio de treze anos - para dama de companhia de sua mulher. Encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidades. Seus poemas de amor são até hoje citados, e suas peças, representadas em programas de rádio e televisão. Mas sua sede de saber era maior que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte.
Em 1690, dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entendimento e serviço a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividades intelectuais. Esse ponto de vista, consubstanciado em um documento, é considerado a "carta magna" da liberdade intelectual da mulher americana. Mulher de letras e ciências, foi a porta-voz das escravizadas do seu tempo.
É citada num artigo da revista "Seleções do Reader's Digest", edição de julho de 1972: "Soror Juana Inês de la Cruz: A Primeira Feminista do Novo Mundo." Dizia que é pela compreensão que o homem é superior aos animais. Trabalhando na cozinha do Convento, descobre muitos segredos naturais e, curiosamente, conclui que, se Aristóteles tivesse cozinhado, muito mais teria.
Como se vê, trata-se de um vulto muito importante para o México e para a Humanidade. Tanto assim, que a cédula de mil pesos tem a sua efígie.